Em 2023 eu li apenas 6 livros, o que para mim é muito pouco. Era um sinal de que eu não estava me priorizando. Assumi comigo mesma o compromisso de retomar bons hábitos em 2024 e a leitura foi um deles, o que me fez finalizar ao todo 22 livros. 

Foram vários assuntos diferentes e como eu sei que vocês gostam de saber se eu gostei, se indico ou não, vim compartilhar um pouco o meu olhar sobre eles no post de hoje.

Esse ano eu li mais livros de ficção (faziam anos que eu não lia nenhum, aliás) e foi uma ótima pedida alternar os estilos. Os de ficção que eu li:

Li também alguns livros que misturam a vida real dos autores com alguma questão pessoal que se amplia para o social, como:

E então os livros de desenvolvimento pessoal, abordando temas individuais e coletivos nos aspectos que envolvem ser humano.

E li alguns livros mais técnicos relacionados a aplicação prática da psicologia, escrito para psicólogos.

Ufa, é isso. Essas foram as leituras de 2024, o que acharam? Já leu algum desses, concorda ou discorda do que eu disse aqui? Coloca nos comentários!

Você já pode ir acompanhando nos destaques do Instagram as minhas leituras de 2025 e pode me indicar novas leituras também que eu vou amar!

E se você quer incluir esse hábito na sua rotina usando a organização como uma ferramenta para uma vida mais leve e produtiva, agenda uma sessão pra gente conversar.

No meu aniversário outro dia um primo querido me lembrou das minhas cartas de final de ano em que eu recapitulava momentos importantes e agradecia pelo que tinha vivido e pelas pessoas que fizeram parte da minha vida naquele período. Fazem anos desde a última carta e ele me contou que sente falta, pois era um jeito de ficar mais perto de mim e se sentir participando de alguma maneira. Pois então, mesmo enferrujada, resolvi escrever.

2024 foi um ano complexo. Começou esquisito, com notícias desagradáveis, reviravoltas profissionais e financeiras, questões na escola de Clarice, mudanças necessárias. Mas o primeiro semestre foi também de reencontros, de família, de amigos e comunhão. Voltar a Minas depois de muitos anos, ver os tios e primos queridos com minha mãe, irmãs, filha e sobrinhos, foi gostoso demais. As férias de Julho com Clarice turistando no Rio, nossa cidade, também foi delicioso.

E daí o segundo semestre foi só ladeira acima. Resgatando amizades com as mães e saindo livre pro samba, cuidando da casa sem reclamar, produzindo conteúdo por amor, estudando por prazer.

O Rio de Janeiro segue me acolhendo como morada e aconchego, mais do que nunca. Me sinto em casa, me sinto em paz (ainda que o calor seja infernal em muitos momentos).

A psicologia se intensifica como um caminho profissional, agora mais perto do fim (2025 eu me formo, oba!). Tenho pacientes no estágio, professores que me inspiram e amigos mais que queridos, companheiros de jornada. Me sinto em casa, me sinto em paz (ainda que passe raiva e angústia em alguns momentos, seja com a instituição, seja com as avaliações, seja com o processo de tornar-me psicologa clínica).

Ser mãe já não é tão difícil quanto antes, ainda que a adolescência tenha suas surpresas e cada fase tenha suas angústias.

Sigo aprendendo a viver. Observando mais, como a menina que fui. E falando mais que a menina que fui, agora já não mais cheia de certezas como a jovem que fui, mas com a maturidade de quem passou dos quarenta e sabe que o melhor é admitir não saber.

Meu olhar sobre o mundo se ampliou, minha bolha estourou, e aprendo a cada dia, com cada pessoa, em cada leitura, em cada conversa. Revejo meus pensamentos, minhas escolhas, minhas falas e atitudes e faço a minha parte para um mundo mais diverso, inclusivo e justo.

É isso. Esse foi meu 2024. Essa é quem sou hoje. A semente do que ainda virá, cheia de histórias do que fui, me regando e alimentando do que me faz bem.

E não estive só esse ano. Muito pelo contrário. Foi estando junto que sobrevivi. E agradeço. Mas não ouso mais citar nomes. É injusto. Pois muitas vezes foi uma palavra anônima que me deu ânimo. Uma seguidora, uma cliente, um colega de trabalho, uma colega de curso, um professor, um parente, minha filha, um amigo, uma amiga. Muitos. Maravilhosos todos.

Sigo com saudade dos que se foram e dos que estão mais distantes. Dos que eu não vi ou vi pouco.

E amo muito cada um que passou 2024 comigo. Obrigada por tornar esse ano tão complexo possível e com tanto aprendizado.

Obrigada por segurar minha mão, pelos abraços, pelos almoços, encontros, atrações, pelos sambas, por me ajudar ficando com Clarice, pelos trabalhos em grupo, pelas reflexões sobre os pacientes e sobre a vida, pelo carinho nas mensagens e nos áudios, por amarmos e odiarmos juntos, pelas reuniões, pela confiança, pela fofoca, por me permitir ensinar, por me ajudar a aprender, pela escuta, pelo silêncio, pelos olhares de cumplicidade, pelas curtidas, comentários e compartilhamentos, por investir em mim e no meu trabalho.

Que possamos estar juntos novamente em 2025 se possível for e que possamos construir coisas ainda melhores. Estou pronta pra 2025 e feliz de poder entrar nele com toda a potência em mim construída nos últimos meses.

Feliz 2025, minha gente!

Você pode ter lido esse título e estar pensando: pra que eu quero isso? Pode achar que por não trabalhar com produção de conteúdo não precisa disso. Mas no post de hoje eu quero te explicar porque ter um banco de ideias ainda assim pode ser muito útil.

Bom, primeiro, um banco de ideias é na verdade um lugar para registrar ideias. E uma ideia é qualquer pensamento que você acredite que possa resolver um problema. E todo mundo tem problemas, não é verdade?

O lance com as ideias é que elas surgem meio desordenadas, em momentos nem sempre oportunos (tipo no banho, no sonho, ou com você correndo) e a gente acaba não dando muita atenção a elas.

Tem toda uma desvalorização também das ideias porque a gente acha que é besteira, que nunca vai conseguir implementar, ou que é viagem da nossa cabeça. E a grande maioria talvez seja mesmo. Mas é a partir das ideias mais malucas que pode surgir uma ideia realmente interessante.

Eu não tô falando de ideia de algo novo necessariamente. Eu to falando de uma solução para algo importante para você.

Você pode estar com dificuldade para pagar o aluguel, sem saber como contar algo para um amigo, ou como resolver aquele pepino do trabalho. São problemas reais e concretos que precisam de ideias para serem resolvidos. Com quem você pode falar? Onde você já viu algo parecido? O que aquela série ou filme que você está assistindo pode te inspirar para cada uma dessas coisas?

Ideias. Percebe? Tem a ver com criatividade, mas tem a ver também com pensamento, com imaginação, com repertório, com oportunidades e estudo.

Listar ideias ajuda a clarear o pensamento e organizar ações a serem experimentadas. As ideias não precisam estar detalhadas. Quando surgem as vezes surgem apenas como uma imagem, uma palavra, um tema. E aos pouquinhos você vai seguindo o fluxo e dando mais robustez a elas.

Na prática, criar um banco de ideias é se abrir a possibilidade de tê-las, dar atenção a elas, colocar intenção nos seus pensamentos e estabelecer um lugar para registrá-las quando surgirem.

Pode ser um caderninho, um arquivo na nuvem, um aplicativo de notas, pode ser em audio, pode ser escrito, tudo é válido. Mas é legal que esses registros estejam todos em um mesmo local que possa ser acessado a qualquer instante e que tenha algum tipo de mecanismo de busca.

A cada nova ideia, você anota lá. E sempre que possível você revisa as anotações e esclarece um pouco mais. Só de ler suas ideias você pode ter várias outras novas (anota as novas também).

Tente não apagar ideias. Pode fazer uma marcação caso ja tenha experimentado, mas não elimine, porque ela pode dar suporte para a criação de uma nova.

Sim, esse local de registro vai ficar gigante. A ideia é essa. E é aí que a organização entra, para que ele siga sendo útil.

Se a ideia já surge com uma clareza e objetivo (tipo, coisas para fazer nas férias, por exemplo) já faz sentido colocar uma etiqueta nela. E caso não surja, coloca uma etiqueta "pra refletir" ou "aleatória". Essas sem dúvida serão as que você mais vai revisitar e te gerarão novas ideias.

Eu uso muito para os conteúdos da Avesso, mas uso em geral pra vida também, com ideias de coisas que podem ser legais de fazer. O que você acha de fazer um banco de ideias por ai também?

Essa é uma pergunta bem comum feita por todos que se propõem a falar sobre produtividade. O tempo pra gente é sempre visto como a fonte primordial do nosso trabalho e ajudar você a dar valor ao tempo é um dos nossos objetivos profissionais. Mas de alguma maneira sinto que esse não é um dos meus objetivos principais e nesse post eu te conto porque.

Eu sinto que ao colocar o nosso tempo em um pedestal de importância somos impelidos a idealizarmos ele. Ele ganha um valor tão alto que nos afastamos de todo o resto e ficamos nessa busca insaciável, transformando a valorização do tempo como uma obsessão, como algo que vai nos livrar de todo mal...amém. Percebe o risco disso?

Quando o tempo ganha essa importância, corremos o risco dele controlar nossa vida. Ficamos viciados em maneiras de controlar, administrar, gerenciar, aproveitar, valorizar, o tempo. Qualquer promessa nesse sentido parece maravilhosa.

Não me leve a mal, eu acho importante valorizar nosso tempo e dar atenção para o uso que fazemos dele, claro. Eu só não acho que esse é o maior objetivo do meu trabalho.

Eu acho que disseminar a organização e ressignificar a produtividade tem a ver com você SE valorizar e não valorizar seu tempo. Pode até parecer a mesma coisa, mas não é.

Valorizar a si mesmo tem a ver com mergulhar nos seus desejos, nos seus valores, no que você curte ser e fazer. E no que não curte também, pra entender o que quer e o que não quer perto de você.

E o tempo nesse caso passa a ser um acessório. Quando você se valoriza, o tempo automaticamente entra na jogada, mas não como protagonista. O protagonista é você.

Os métodos, técnicas e aplicativos de gerenciamento do tempo não são nada se você não se conhecer o suficiente e se colocar em foco para filtrar o que de cada um deles faz sentido pra você, percebe?

E é por isso que nos últimos anos meu conteúdo tem falado menos sobre o tempo em si e mais sobre a sua relação e maneira de lidar com a sua vida. Sobre clareza e organização como ferramenta. Faz sentido pra você? Espero que sim.

Falando em conteúdo, estou refletindo sobre o que trazer aqui no próximo ano e seria muito maravilhoso contar com sua participação nessa pesquisa aqui: clica para preencher bem rapidinho.

Eu falo bastante sobre clareza por aqui e como essa é uma das maiores contribuições e resultados da organização presente na sua vida. Mas o que exatamente isso significa e porque clareza é importante? E ainda: é possível ter clareza no caos?

Pra entender o que é essa clareza de que tanto falo, te convido a olhar pro oposto, para a falta de clareza. Eu vejo como se fosse a vista embaçada (tipo quando a gente dilata a pupila) ou quando estamos em um ambiente pouco iluminado. É aquela sensação de não reconhecer muito bem as coisas ao redor, a sensação de insegurança, o medo de dar mais um passo.

Em muitos momentos, quando estamos com a desorganização muito presente nas nossas vidas, nos sentimos assim como na cena que descrevi acima. O caos presente em várias áreas e a gente nem consegue entender como foi parar nessa situação. Não consegue dar o primeiro passo porque nem sabe por onde começar e fica com a sensação de que é impossível mudar isso.

E é aí que o processo de organização entra, como uma lente, ou chama, que vai clareando o contexto, ajudando a dar foco e te permitindo fazer as escolhas necessárias para se sentir seguro para explorar a vontade, no seu tempo.

A organização, da forma como eu a vejo pelo menos, te dá o acolhimento que você precisa para olhar para as diferentes áreas da sua vida, mergulhando em si mesmo para identificar os diferentes tipos de caos e o que eles te contam sobre você e suas necessidades.

E a cada mergulho, você vai ajustando, separando, entendendo. Você descobre onde exatamente o caos está e porque ele está presente. Você entende o que é possível modificar e aprende a lidar com ele, sem a ansiedade de ter que eliminá-lo completamente.

Mas talvez você esteja pensando: "eu me sinto no caos e tenho toda clareza de onde ele está e porque ele está presente. O que me falta é organização, não clareza". Boa observação, mas a meu ver, ainda não tem clareza o suficiente. É claro que se você realmente já sabe onde o caos está e porque ele está presente, você já caminhou bastante numa eventual escala de clareza.

Mas se a organização ainda não está presente, tem algo sobre você que ainda está obscuro e fora de foco. Talvez a idealização, o perfeccionismo, a insegurança, ou uma melhor percepção sobre seus desejos e seu funcionamento em geral. E talvez exista também uma dificuldade com métodos, ferramentas e controles, claro.

O meu ponto é exatamente esse. Se a organização não se faz presente, é porque ainda falta clareza. E investir em organização precisa estar associado a conquistar essa clareza. Digo isso porque tem muita gente vendendo organização de maneira impessoal e desconectada de você, que é o elemento central da sua vida.

"Como assim Alice, me da um exemplo?" Claro, dou logo dois! Cursos sobre ferramentas e métodos que não necessariamente se adaptam a sua realidade ou profissionais de organização que organizam espaços sem que você participe do processo (pelo menos minimamente, explicando o funcionamento da sua rotina e uso dos espaços e objetos).

Da forma como eu vejo, isso não é organização justamente por não trazer a clareza como um aspecto do resultado. Consegue perceber?

Bom, espero que esse post tenha te ajudado a entender a importância da Clareza e da Organização na sua vida. Deixa aqui nos comentários a sua dúvida.

Quer entender mais como anda o seu nível de clareza por ai? Vem nesse outro post em que eu falo sobre os diferentes níveis para você identificar em qual você está no momento.