Ao que finda
18:00No meu aniversário outro dia um primo querido me lembrou das minhas cartas de final de ano em que eu recapitulava momentos importantes e agradecia pelo que tinha vivido e pelas pessoas que fizeram parte da minha vida naquele período. Fazem anos desde a última carta e ele me contou que sente falta, pois era um jeito de ficar mais perto de mim e se sentir participando de alguma maneira. Pois então, mesmo enferrujada, resolvi escrever.
2024 foi um ano complexo. Começou esquisito, com notícias desagradáveis, reviravoltas profissionais e financeiras, questões na escola de Clarice, mudanças necessárias. Mas o primeiro semestre foi também de reencontros, de família, de amigos e comunhão. Voltar a Minas depois de muitos anos, ver os tios e primos queridos com minha mãe, irmãs, filha e sobrinhos, foi gostoso demais. As férias de Julho com Clarice turistando no Rio, nossa cidade, também foi delicioso.
E daí o segundo semestre foi só ladeira acima. Resgatando amizades com as mães e saindo livre pro samba, cuidando da casa sem reclamar, produzindo conteúdo por amor, estudando por prazer.
O Rio de Janeiro segue me acolhendo como morada e aconchego, mais do que nunca. Me sinto em casa, me sinto em paz (ainda que o calor seja infernal em muitos momentos).
A psicologia se intensifica como um caminho profissional, agora mais perto do fim (2025 eu me formo, oba!). Tenho pacientes no estágio, professores que me inspiram e amigos mais que queridos, companheiros de jornada. Me sinto em casa, me sinto em paz (ainda que passe raiva e angústia em alguns momentos, seja com a instituição, seja com as avaliações, seja com o processo de tornar-me psicologa clínica).
Ser mãe já não é tão difícil quanto antes, ainda que a adolescência tenha suas surpresas e cada fase tenha suas angústias.
Sigo aprendendo a viver. Observando mais, como a menina que fui. E falando mais que a menina que fui, agora já não mais cheia de certezas como a jovem que fui, mas com a maturidade de quem passou dos quarenta e sabe que o melhor é admitir não saber.
Meu olhar sobre o mundo se ampliou, minha bolha estourou, e aprendo a cada dia, com cada pessoa, em cada leitura, em cada conversa. Revejo meus pensamentos, minhas escolhas, minhas falas e atitudes e faço a minha parte para um mundo mais diverso, inclusivo e justo.
É isso. Esse foi meu 2024. Essa é quem sou hoje. A semente do que ainda virá, cheia de histórias do que fui, me regando e alimentando do que me faz bem.
E não estive só esse ano. Muito pelo contrário. Foi estando junto que sobrevivi. E agradeço. Mas não ouso mais citar nomes. É injusto. Pois muitas vezes foi uma palavra anônima que me deu ânimo. Uma seguidora, uma cliente, um colega de trabalho, uma colega de curso, um professor, um parente, minha filha, um amigo, uma amiga. Muitos. Maravilhosos todos.
Sigo com saudade dos que se foram e dos que estão mais distantes. Dos que eu não vi ou vi pouco.
E amo muito cada um que passou 2024 comigo. Obrigada por tornar esse ano tão complexo possível e com tanto aprendizado.
Obrigada por segurar minha mão, pelos abraços, pelos almoços, encontros, atrações, pelos sambas, por me ajudar ficando com Clarice, pelos trabalhos em grupo, pelas reflexões sobre os pacientes e sobre a vida, pelo carinho nas mensagens e nos áudios, por amarmos e odiarmos juntos, pelas reuniões, pela confiança, pela fofoca, por me permitir ensinar, por me ajudar a aprender, pela escuta, pelo silêncio, pelos olhares de cumplicidade, pelas curtidas, comentários e compartilhamentos, por investir em mim e no meu trabalho.
Que possamos estar juntos novamente em 2025 se possível for e que possamos construir coisas ainda melhores. Estou pronta pra 2025 e feliz de poder entrar nele com toda a potência em mim construída nos últimos meses.
Feliz 2025, minha gente!
2 comentários
Amooooo!
ResponderExcluirMuito bom ! Também estava com saudades...é suas letrasescrita revela um amadurecimento e um processo de crescimento pessoal e profissional. Feliz pelas suas conquistas. Filha ❤️
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