Como priorizar?

Hoje vamos falar sobre priorização. Sobre como você decide o que é mais importante em um dado momento, ou seja, como fazer escolhas. E a primeira coisa que eu deveria te dizer em se tratando desse assunto é que não sou eu que vou dizer o que você tem que priorizar. É tudo muito particular e subjetivo. Mas o que eu posso fazer aqui é te ajudar a se conectar com o que você considera importante para que priorizar se torne um pouco mais fácil.

Muitos podem ser os motivos para que tenhamos dificuldade em priorizar. Pode ser o medo e a insegurança em perder ou deixar de lado algo que depois se mostre importante. Pode ser a falta de clareza a respeito do que é importante nesse momento pra você (seja por não se conectar mesmo com o seu desejo ou por não atualizar essa visão sobre o seu desejo e seguir fazendo o que sempre fez). Pode ser também uma falta de clareza com o que está em questão como opção para que seja feita a escolha.

Diante de tantas possibilidades, fica ainda mais difícil que uma outra pessoa que desconhece sua realidade possa te dizer o que priorizar. Se encontrar algo assim por essa internet, por favor, fuja. Profissionais sérios não vão te indicar caminhos, vão te ajudar na busca e no caminhar.

Você pode precisar priorizar muitas coisas: atividades, pessoas, objetos, programas, caminhos, estudos, áreas da vida. Diante dessa multiplicidade, muitos fatores estão envolvidos para você conseguir elencar e justificar suas escolhas.

Eu gosto de pensar o processo de priorização do que quer que seja como um momento de reflexão e esclarecimento. É você entendendo o seu contexto, se conectando com o seu desejo e o que é importante para você e elencando as alternativas e caminhos possíveis.

Muitas vezes a gente tenta justificar essas escolhas com a lógica racional entendendo os ganhos imediatos, práticos e concretos. Mas nem sempre esse aspecto será o suficiente pois boa parte das nossas escolhas envolvem as nossas sensações e nosso envolvimento com o que está em jogo.

Mas pra não te deixar sem algumas dicas para facilitar esse momento de escolha, sugiro que você defina os seus critérios e categorias importantes para você na hora da tomada de decisão. Eu gosto de usar três filtros: porquê, impacto e viabilidade. Mas poderiam ser outros como tempo de resposta, nível de incômodo, esforço ou conexão, por exemplo. 

No filtro da viabilidade, eu avalio o quanto investir em cada caminho é viável nesse momento, ou seja, se cabe dentro do meu contexto. Em um exemplo prático, uma atividade que demanda de mim algo que eu não tenho disponibilidade para dar naquele momento, vai pro final da fila. Claro que isso precisa ser visto de tempos em tempos, pois se uma atividade está sempre no final da fila e nunca é feita ela pode não ser mais necessária (eliminar), pode não precisar ser feita por você (delegar), ou pode precisar de um detalhamento e simplificação (esclarecer).

Já no filtro do impacto, eu penso nas consequências que virão da escolha por cada um dos caminhos. O que vai acontecer, como vou me sentir, que ganhos e perdas. Ler um livro de ficção, um livro de desenvolvimento pessoal para a Avesso ou de Psicologia para meu trabalho de conclusão de curso? Não existe uma escolha certa, existe entender para cada momento o que vai me gerar um impacto mais próximo do que eu busco a cada momento. Não esquecendo de pensar em perspectiva, para não ficar com uma visão míope de priorizar sempre o prazer mais fácil e imediato.

E no filtro do porque, eu me conecto com o que me leva a achar que essa alternativa é importante. Me ajuda a entender minhas expectativas com cada possível escolha e onde cada uma se conecta com meu desejo. Na brincadeira da dúvida entre casar ou comprar uma bicicleta, seria entender porque eu casaria e também entender o motivo que me leva a considerar comprar a bicicleta, sabe?

No mais é estabelecer seus próprios critérios e filtros. Não faça porque eu estou falando que é uma opção possível, faça apenas se fizer sentido pra você. Essa também deve ser uma escolha.

Ah, e ninguém pode também garantir que alguma técnica ou ferramenta de priorização será infalível ou vai te permitir a escolha perfeita, viu? Primeiro, porque não existem escolhas perfeitas, e segundo, porque não temos como antecipar de maneira alguma todas as possíveis consequências das nossas escolhas.

Espero que esse post tenha te ajudado a refletir sobre suas escolhas e te abra caminhos para se conectar com uma priorização possível para você nesse momento. Me conta aqui nos comentários se fez sentido para você e como é priorizar por ai.

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