O que eu aprendo com a minha filha

Já falei aqui sobre como ensinar os filhos sobre organização, sobre como aprender com eles sobre produtividade e até sobre como o tempo todo estamos aprendendo lições nas nossas vidas. Tudo e todos que passam pela minha vida me deixam aprendizados, mesmo que nem sempre eu consiga vê-los com clareza na hora. E hoje eu quero falar sobre o que eu aprendo todos os dias com a minha filha, pelo menos até agora ( do alto dos seus 9 anos penso que ela ainda tem muito a me ensinar). Vem ver...

Toda mudança, mesmo as que a gente faz para melhor, exigem da gente paciência e adaptação. A casa pode ser maior, mas a gente sente falta do piso; a escola pode ser melhor, mas a gente sente falta da proximidade com os amigos e professores; o trabalho pode nos fazer ganhar mais, mas nos afastar do que acreditamos...o olhar das crianças é diferente do nosso e nos ajuda a perceber que há sempre perdas e ganhos e que toda mudança leva um tempo para a gente se adaptar.

Aprendi com a minha filha que ser uma boa mãe é algo bem subjetivo e não tem fórmula nem um checklist de ações a cumprir (facilitaria bastante, né?). Não depende também só de mim, não é só o que os especialistas acham. Tem a ver com a percepção dela também. E nem sempre essas visões vão bater então o que vale é ser a melhor mãe que eu posso ser em cada momento, deixando claro o meu amor por ela.

Um minuto pode durar uma hora, "rapidinho" pode significar "só quando eu quiser", um segundo pode fazer uma diferença danada. Por mais que eu saiba na teoria sobre a relatividade do tempo, é com ela que eu mais aprendo o tanto que o relógio se torna supérfluo quando a gente precisa ou quando está (ou quer estar) perto de quem a gente ama.

Não adianta alguém falar pra gente que é pra estudar, a gente precisa ver o benefício real ou sentir o incômodo. Não é porque eu gosto de estudar que ela também vai gostar. O que nos leva para outro aprendizado que é: cada um tem seu jeito de aprender. Uns mais visuais, outros mais auditivos, outros precisam escrever para assimilar...enfim...é importante perceber essas diferenças pra evitar ruídos, desgastes e perda de tempo.

Eu acredito que a organização é importante demais na vida de uma mãe, que ela foi imprescindível nessa pandemia, que ela é uma habilidade essencial na nossa vida profissional. Mas quem me ensinou que organizar em exagero é prejudicial foi a minha filha e isso fez uma diferença enorme na minha relação com o planejamento a ponto de virar o meu diferencial nesse mercado, ao abraçar o caos como parte da vida e aprender a dançar com ele. Ela me ensina todos os dias, estica os limites do tempo, ultrapassa e me ensina a experimentar outras maneiras de fazer as coisas.

Outra coisa que eu amo e acho essencial. Fiz cursos sobre isso, leio livros sobre isso, mas é com a minha filha que eu vejo na prática o que aprendi na teoria. As sacadas, a curiosidade, a determinação, o questionamento, a experimentação. O meu papel é garantir a segurança apenas, quem sabe mesmo o que fazer é ela.

Poderia citar tantas outras coisas mais, mas acho que tá bom pra começar. Que eu possa seguir aprendendo com ela e nessa troca a gente siga se desenvolvendo junto. E que eu possa de alguma maneira ter te inspirado com esse post a olhar com outros olhos a sua relação com seus filhos e refletir sobre os aprendizados que eles te passam por aí. Se fez sentido pra você, deixa um comentário que eu vou adorar saber.