1 ano cursando Psicologia - o que eu aprendi

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Calma que eu não vou te falar sobre a história da psicologia, as diversas abordagens e conteúdo teórico de cada disciplina. Te pouparei de toda essa reflexão filosófica, afinal esse ainda é um blog sobre organização e produtividade. Vou falar sobre aprendizados pra vida em geral e pra vida de estudante em especial. Segue que tem dica boa, do jeito que você tanto gosta!

Estou cursando o terceiro semestre do curso, então peguem leve se eu falar besteira. Vamos começar com aprendizados gerais:

  • Não existe certo e errado - pra quem veio de exatas, as coisas não são tão simples. Variam do contexto, da abordagem, da interpretação, do sentir, da percepção de cada um.
  • O aprendizado vai bem além da leitura - não é nos livros que a gente encontra as respostas, eles são só o início das perguntas, elaboram conceitos e provocam reflexões. É a reflexão em si, a troca, o relacionamento entre os diversos autores, a sua esquematização lógica do que foi lido e os exemplos dados em aula que vão ajudando a construir o seu modo de entender os temas.
  • A saúde mental é muito mais do que fazer ou não terapia - os debates sobre saúde mental têm aumentado, mas ainda estamos no inicio do que ainda temos a evoluir nesse sentido. Vai além de falar sobre os sentimentos e do autoconhecimento, tem a ver com a história e o contexto social, tem a ver com crenças e valores, tem a ver com a maneira com que encaramos a vida em geral.
  • Não existe essa divisão corpo - mente - é tudo uma coisa só, tanto biologicamente quanto filosoficamente. Não existe cuidar da mente sem cuidar do corpo, nem cuidar do corpo sem cuidar da mente.
  • Tudo afeta tudo - cada escolha que a gente faz, cada pessoa que a gente encontra, cada livro que a gente lê, cada percepção nova, cada mudança, não afeta só você, afeta pessoas a sua volta, contextos, espaços e não tem como a gente controlar o que e como algo te afeta ou afeta o outro.
  • Existem muitas visões diferentes - cada linha e abordagem vê de uma maneira, ou foca em um ponto, sem falar nas diferentes especialidades (que vão além da clínica). Meio aquela história dos cegos e do elefante, sabe?

Agora, meus aprendizados da vida de estudante de segunda graduação:

  • Algumas vezes você precisa correr por fora se quiser realmente aprender - já percebi que a didática de alguns professores não bate muito com meu jeito de absorver, que alguns textos são rasos demais, que outros são complexos demais. Isso significa que depender do que o professor dá em aula não é uma boa. Diferente da computação que era só praticar ou ler o livro, na psicologia tem que ir além.
  • Trabalhos em grupo só funcionam com pessoas que levam tão a sério quanto você - nunca tive muita paciência pra colocar quem não fazia nada em um grupo ou com aquela galera perdida que cai de paraquedas, mas minha paciência deu uma diminuída nesse quesito com a idade, então já corro para formar grupo com a galerinha que já tenho mais intimidade.
  • Não dá pra seguir sozinho - não seria ninguém sem minhas amigas novas da turma, sem minha mãe me dando textos e referências e sem meu marido me dando as avaliações dele pra estudar e debatendo os temas comigo.
  • Eu não dou conta de tudo - eu na verdade sempre falo disso aqui mas a empolgação com a segunda graduação me fez ficar sobrecarregada, querendo ler tudo e me aprofundar em tudo e esqueci que não é possível. Não dá pra ser a estudante nota 10 em tudo, tem que priorizar.  
  • Organização é fundamental - seja pra os professores (que diferença que faz quando eles são organizados), seja para a turma (aff que é uma confusão quando o professor passa os trabalhos e é preciso fazer escolhas), seja para mim (datas de avaliações, controle das leituras para as aulas, armazenamento das anotações e arquivos).
  • Eu só aprendo anotando - só ouvir a aula não é o suficiente para mim, eu preciso anotar, esquematizar, fazer setinhas conectando os conceitos com meus insights. Também gosto de participar da aula, perguntar e checar se compreendi.

Acho que a grande diferença pra mim como segunda graduação é minha maturidade. Eu escolho o que quero me aprofundar, eu organizo melhor o meu tempo. Por outro lado, eu me sinto mais cansada e impaciente e tem sido uma mudança grande de contexto sair das exatas para as humanas.

Eu ainda sou a chata que tenta entender a lógica de tudo e que cobra do professor que siga o planejamento. Mas acho que contribuo também bastante e estou aos poucos aprendendo a vivenciar e sentir mais como as questões me afetam ao invés de buscar explicações racionais para tudo.

Sigo nessa caminhada e vou contando por aqui como tem sido, combinado?
Você tem alguma curiosidade sobre a minha graduação? Me conta aqui nos comentários que eu posso contar mais nos próximos posts.

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